quinta-feira

FICHA TÉCNICA


Dança das Cabaças - Exu no Brasil
Duração: 54 min.
Formato: Mini DV
Direção: Kiko Dinucci
Fotografia:, Tatiana Nolla, Luciano Luis Valério, Marcelo Kazuo
Consultoria: Nelson Ribeiro
Montagem: Luciano Valério
Cânticos: Sapopemba
Técnico de gravação(cânticos): Rogério Rochlitz
Sonoplastia : Jorge Peña, Silvio Franco, Alex Macedo
Projeto Gráfico: Gina Dinucci
Paticipação especial : Ivan Mesquita, Roseli de Melo Souza
Produção: Kiko Dinucci e Cine Baquira filmes
Entrevistados:
-Professor Doutor Reginaldo Prandi
(Professor Titular de Sociologia da USP, São Paulo-SP)
-Professora Doutora Marta Heloísa Leuba Salum
(Museu de Arqueologia e Etnologia da USP,São Paulo-SP)
-Iya Sandra Medeiros Epega
(Ilé Leuiwyato, Guararema-SP)
-Babalawô Adejimi Aderotimi Adefolurin
(Ilê Axé Olodumare, São Paulo-SP)
-Babalorixá Carlos Alberto de Camargo de Oxum
(Ilê Axé Egbé Nji Bun Mi, Guarulhos-SP)
-Toy Vodunnon Francelino de Shapanan
(Casa das Minas de Thoya Jarina, Diadema-SP)
-Egbonmi Conceição Reis de Ogum
(O canto do Rouxinol, São Paulo-SP)
-Tata Tawá Joselito da Conceição
(Inzo N'kisi Musambu Unkuanxetu, São Paulo-SP)
-Tata Walmir Katuvanjesi Damasceno
(Inzo Tumbansi , São Paulo-SP)
-Mãe Rita de Cassia Cordeiro
(Templo de Umbanda Ogum Iara, São Paulo)
-Pai Milton Alves dos Santos
(SINAFRO, São Paulo-SP)
-Padre José Enis de Jesus
(Instituto do Negro Padre Batista, São Paulo-SP)
-Pastor Elias de Andrade Pinto
(Igreja Presbiteriana Independente, São Paulo-SP)
-Ogã Gilberto Ferreira de Exú
(Ilê Iyá Oxum Muyiwá, São Paulo-SP)
-Tata Antonio Katulem Burange de Amorim
(Ilê Axé de Hozoani, Parelheiros-SP)
- Pai João Lamburancimbe
(Ilê Axé de Obaluayê, Guarulhos-SP)
-Mãe Daran Suru
(Gege Savalú Cocunda de Iaiá, Carapicuiba-SP)

Xilogravura acima: Kiko Dinucci

Um comentário:

Unknown disse...

Sou antropólogo e especialista em religiões afro-brasileiras.
A questão da diabolização de Exu, como tenho dito, não passa só pela questão da sexualidade, do pênis ereto, mas de uma questão da cultura cristã-ocidental. O cristianismo vê o Cosmos como cindido em dois, bem e mal, em oposição absoluta e irreconciliável. O bem está associado a Deus, céu, luz, alma, e o Diabo a inferno, trevas (aqui, observe-se, já entra a escuridão, a cor negra) e o corpo. Corpo, porque são os desejos dele, especialmente o sexo, que fazem com que a alma se perca (não é à toa que o catolicismo combate, milenarmente, o sexo). Corpo e alma estão sob um efeito-gangorra: se se concede tudo ao corpo, ou seja, o prazer, a alma vai para baixo (isto é, inferno), e vice-versa. Exu, representando a sexualidade, representa o anti-homem ocidental, que segue o modelo de dessexualizado cristão, representado pelas ordens católicas que toricamente praticam a castidade e escondem o corpo. No céu não tem sexo, o único ato sexual, que fez nascer Jesus, foi místico, não carnal.
Como Exu não se enquadra nem de um lado nem de outro, é entidade de negros e sexualizado, a associação com o Diabo, pelos cristãos, é uma decorrência lógico.
O que ninguém diz é que o deus cristão, considerado tão bom e magnânimo, manda o sujeito para o inferno, por toda a eternidade, por qualquer pecadilho cometido, graças à pela própria fraqueza do ser que, dizem, ele criou.
Parabéns pela excelente qualidade do vídeo, quanto às imagens, música, harmonização entre elas, a presença de várias vozes, opinando. Perfeitamente antropológico.
Norton F. Corrêa